sexta-feira, 21 de junho de 2013

Dia mais longo do ano ainda mais longo

Em dia de folga o despertador tocou mais cedo do que num dia de trabalho. O motivo era o mesmo de sempre - a pesca. Eram 06:30h da manhã e já fazia os primeiros lançamentos no prometedor raiar do dia, o maior do ano! Desde que mudei de casa que tenho vindo a explorar novos spots na sua proximidade, o que me tem dado muito gozo. Além disso, como tem saído pouco peixe nos últimos meses, as expectativas são baixas e não vale a despesa e perda de tempo de voltar onde já fomos felizes.
Para explorar novos spots nada melhor que a maré vaza e viva, se possível de máquina fotográfica em punho para registar os fundos e caneiros que ficarão submersos nas marés cheias. Fui pescando, percorrendo a praia e nadando entre pedras ilhadas aqui e ali; só isso já me dá muito prazer. A alternância de tipos de artificiais, experiências com diferentes cores e animações mantêm-nos alerta para um qualquer ataque. O primeiro deste dia ocorreu quase aos pés! A lançar de uma pedra ilhada, revestida de percebas e cercada por algas mergulhadas numa água castanha, pensei de início que se tratasse de uma prisão nas algas. O lutador robalo encarregou-se de me provar que estava enganado e que estava ali aos meus pés cheio de coragem! Engraçado que numa mistura de água típica das chuvas do Inverno, com algas características do calor de outros anos por esta altura, se reuniram as condições propícias para desgradar!


O mais dicícil estava feito - mais um spot perto de casa com boas condições e com peixe. Se dúvidas houvesse, no mesmo sítio e com a amostra a passar pelo mesmo caneiro ladeado de laminárias, pesquei o segundo robalo deste início de Verão.
Hei-de lá voltar com toda a certeza, se possível acompanhado, pois uma grande desvantagem desta exploração de novos spots perto de casa é a distância dos meus compinchas. Estou certo que mesmo assim, havemos de lá ir juntos. Até lá, vou explorando a nossa abençoada costa...


Abraço e boas pescas!

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Sábado dourado, sem douradas

Este ano ainda não me estreei às douradas, mas ainda só as tinha procurado por uma vez. À segunda tentativa, sem que o tempo e a água aqueçam, fui com o meu Pai - perito na arte de pescar douradas gigantes de 200g! A pesca foi combinada com tempo para o Sábado de manhã e a marmita preparada a condizer. Como tínhamos a arca cheia para transportar, acabamos por fazer a travessia de barco, evitando a longa travessia no "deserto" da base de S. Jacinto.
A expectativa de pescar no fim dos blocos na Foz da Ria gorou-se mal entramos no barco-taxi, quando o seu comandante nos avisou de imediato que não se podia pescar além da escada. Fiquei logo desiludido, pois mesmo que não andem por lá douradas, no fim do paredão andam sempre uns sargos dos bons para desgradar... Confinados a meio do caminho que pretendíamos percorrer, lá montamos o material e começamos a pescar. A maré era pouco viva e a água estava cristalina, pelo que as condições para pescar as tão desejadas douradas nem eram más de todo. Contudo, o tempo foi passando e apesar de múltiplos toques, douradas nem vê-las! Fosse pela falta de douradas ou pela abundância de peixe pequeno que não dava paz às iscadas, voltamos para casa com apenas um sargo (e pequeno!) na mochila. Parece-me que não é só falta de jeito e que ainda não lá andam douradas com a força habitual nesta altura do ano - não vi uma única cana a vergar com uma e não foi por falta de canas!


Já com o materrial arrumado no carro, fomos dar por concluído o ritual no restaurante do costume. Como não tinham chocos, que também devem estar atrasados como o bom tempo e as douradas, comemos umas lulinhas grelhadas que souberam a pouco!
De regresso a casa, foi tempo de família reunida, banhos de sol e na piscina e churrasco. À ementa, para além da imprescindível "xixinha", não faltou o bom robalo escaladinho de pescas mais afortunadas que esta da dourada! 



Por isso mesmo, tratou-se de um Sábado dourado, mas sem douradas!



domingo, 9 de junho de 2013

Abordagem saltitante dos spots

Eram 19 horas quando cheguei perto do mar. O horizonte carregado augurava chuvinha e o mar estava com uma cor fantástica. O vento era fraco e as ondas de cerca de 1,5m eram certinhas. Como a água, que tem teimado em permanecer fria, tinha subido para uns atípicos 14,5ºC, pude pela segunda vez este ano lançar os meus passeantes com mais fé. Os minutos foram passando e foram-se encarregando de me fazer entender que ainda não era desta que este ano me estreava à superfície...
Os fundos já começam a ser invadidos pelas algas, que dificultam o uso de jerkbaits especialmente em zonas baixas, mas servem de abrigo aos nossos amigos robalos. Depois dos passeantes, nada melhor que um vinilzinho para sondar o alguedo mais abaixo! Fui experimentando diferentes vinis, diferentes cores... e nada. Contrariamente ao habitual, em que escolho um spot e invisto nele quase toda a jornada de pesca, fui saltitando de cabeço em cabeço, incrédulo por não encontrar um peixe com tão boas condições. Alturas tantas, entre múltiplas tentativas, mal lanço num novo spot, sinto uma prisão. Seria alga? Não! Era a salvação da grade já anunciada! Maravilha! Não era grande, mas o prazer proporcionado foi! Engoliu o meu delalande laranja e amarelo vorazmente e dali já não saiu. Insisti mais 10 minutinhos sem sentir toque e continuei o meu percurso costeiro - fez-me lembrar as longas caminhadas nos rios truteiros.
Estava eu a chegar perto do meu carro, quando avisto outro pescador num spot onde já fui feliz. Resolvi ir dar duas de letra e ainda bem, pois tratava-se do Sr. Rebelo - um lobo do mar, ex-pescador do bacalhau na Gronelândia, que já me ensinou muito acerca daqueles spots. Há muito tempo que não o encontrava e pudemos pôr a conversa em dia. Enquanto falavamos, o Sr. Rebelo engata um robalote (com um jerkbait pequenino a passear entre a floresta de algas!) e convida-me para fazer uns lançamentos ao seu lado. Com todo o gosto voltei a dar banho ao vinil - um branquinho e prateado; não demorou nada, lá estava ele na boca de outro labrax! Como era pequeno, teve direito a voltar ao mar; o vinil, esse, ofereci-o ao Sr. Rebelo que nunca os tinha usado e ficou todo contente. É engraçado que muita malta nova tem por vezes aversão a experimentar novos artificiais e este senhor de cabelos brancos parecia uma criança a quem dão um presente!
A chuva começou a cair e que bem sabia! Apesar da temperatura amena, o calor do fato que me ajudou nas múltiplas travessias e o "bafo" das ondas a rebentar nas rochas, foram amaciados pelas pingas milagrosas.
Aproximava-se o fim da jornada e era a altura de usar o esplendoroso azul e branco na despedida. Como começa a ser habitual, nos últimos lançamentos, nos descontos (especialmente no minuto 92!), engatei o meu terceiro e maior exemplar, que me fez companhia até casa.
De agora em diante acho que vou apostar mais vezes nesta abordagem "saltitante" dos spots...



Abraço malta!