Ele tinha avisado previamente através de mensagens para vários amigos - o Luís Araújo ia voltar à pesca com a sua inimitável finta! É preciso esclarecer que a sua finta ganhou fama em variadas ocasiões e num momento muito particular - ao lançar a cana, o Luís fazia um jeito com o corpo, assim como alguns lançadores de martelo ou do disco, para dar um maior impulso. Verdade, verdadinha, a tal finta nem sempre resultava em grandes lançamentos, mas mesmo com aparentes falhanços, os resultados práticos suplantavam as expectativas. Foi, assim, em Cerveira, no rio Minho, num dia de pesca à truta com amostras, em que um lançamento com finta do Luís caiu quase nos pés, o que não o impediu de tirar uma bela truta!!! E isto não é história de pescador... Foi mesmo assim...
É claro que esta qualidade, com esta finta, entrou no domínio da lenda! Lenda que foi aumentando com as ausências do Luís dos encontros de pesca, por motivos profissionais e outros.
Hoje tudo mudou - bem cedinho, poucos minutos depois das 6 da manhã, já o Luís estava frente à minha casa, à espera do Pedro que vinha da Póvoa. As 6,15 já íamos a caminho de S. Jacinto, ainda que com uma paragem na casa do Sérgio, para o apanharmos. O tempo não augurava nada de bom - núvens carregadas, algum vento e chuva moderada - mas com a aproximação ao destino o cenário começou a melhorar e o otimismo do Sérgio foi certeiro: Não vai chover e hoje é dia de peixe!
Reconfortado o estômago, e comprados os últimos iscos, lá partimos para a travessia do "deserto". Não, não estrou a citar o ex-ministro Mário Lino, mas a descrever o trajecto entre a praia de S. Jacinto e os molhes, feito pela areia junto ao mar, que demorou quase 40 minutos.
Chegados ao molhe, escolhemos um pesqueiro e instalamo-nos dois a dois - eu com o Luís e o Pedro com o Sérgio, ainda que separados por escassos metros.
Logo nos primeiros lançamentos, começamos a sentir peixe. O Luís, a meu lado, fisgou um sargo na segunda tentativa, que acabou por fugir, mesmo junto às pedras. A manhã prometia - nada de chuva; pelo contrário, muito calor e um sol ameaçador para peles sem qualquer tipo de protetor... De um lado e doutro, as capturas de sargos e choupas foram-se sucedendo, com alguma vantagem para a dupla Sérgio e Pedro. Sem querer arranjar desculpas, a verdade é que tive de dar assistência técnica ao Luís...
Antes de abandonarmos este pesqueiro, o vencedor tinha sido claramente o Sérgio, confirmando o bom momento de forma que atravessa!
Mas como tínhamos combinado acabar a maré a pescar às douradas, fomos fazer a reponta mais para cima, perto da "Casinha". Aí, ainda sairam mais uns sargos, sentimos diversos toques (alguns claramente de douradas), mas só o Luís conseguiu sacar uma! Só não reparei se o lançamento vitorioso teve finta ou não...
Resultado final - o vencedor absoluto foi o Sérgio, mas o vencedor "honoris causa" foi o Luís, quanto mais não seja por ter sido o único a ver as cores das douradas...
Quarenta minutos depois, após nova travessia do deserto, por caminhos proibidos, mas mais curtos, já estavamos sentadinhos, prontos para degustar umas sardinhas assadas, e uns chocos e lulas grelhados. Começámos a almoçar, já depois das 15,30, mas muito bem dispostos.
Afinal, tudo tinha corrido bem (no total pescamos 23 peixes e sentimos muitos mais...).
Para mim foi um privilégio participar nesta sessão, repetindo outras do passado. Mas a verdade é que esta foi a primeira em que tive a meu lado três grandes médicos especialistas, enquanto nas anteriores ainda eram estudantes... É evidente que a companhia agradável nada tem a ver com o facto de serem médicos, porque fosse qual fosse a profissão dos três, seriam sempre grandes PROFISSIONAIS. O convívio foi muito agradável, porque apesar das bocas, dos piropos e dos picanços mútuos, o companheirismo prevalece sempre!
E por isso, THE WINER IS... a AMIZADE!
Boa Sargalhada, sim senhor!!! Parabéns ao Team, em especial ao Sérgio que anda mesmo de mão quente. Mais um grande relato e lindas fotos.......como sempre. Abraço
ResponderEliminarExcelente relato.. foi realmente uma boa manhã de pesca entre amigos.
ResponderEliminarJá tinha saudades da voracidade dos sargos e do paredão norte de S.Jacinto.. durante toda a manhã foi sempre a senti-los.
O Luís foi uma lenda antiga hoje recuperada.. apresentou-se em grande forma. Adorei. Fica aqui uma solicitação.. Luís vem sempre que a tua finta é crucial.
Sem duvida a amizade foi a vencedora.
Abraços
Parabéns à malta por mais um convivio cheio de amizade.
ResponderEliminarPena não poder ter ido com a malta, mas concerteza à mais marés do que marinheiros.
Agora a caminhada estava a fazer-me falta para abater uns kilogramas eheheheheheheh.
Abração para todos.
Urubas
eheheh Então esse é o afamado pescador da "finta" de que tanto falas ? Temos de marcar uma pescaria para ver essa técnina "in loco" ..ahahah
ResponderEliminarBoa malha ;)
Abraço
Foi uma grande jornada de pesca, especialmente porque o grande Luís Barbo (grande pescador de barbos pré-históricos no Douro) voltou a acompanhar-nos mais de 10 anos depois ! Espero que a partir de agora volte a ser um hábito!
ResponderEliminarFoi a melhor prenda de anos antecipada que me deram!
Obrigado!