quinta-feira, 29 de abril de 2010

Cruzamento da Fé


Fim de férias
Fim de dia de labuta
Esquecemos as coisas sérias
Queremos pegar na batuta

Caminhos distintos que se tocam
No cruzamento da Fé
Apesar das grades que se acumulam
Desde Gaia a São Tomé

Hoje será diferente
Até aposto mil paus
Os robalos estão à nossa frente
E nós não somos assim tão maus

Profecia acertada
Já não era sem tempo
Vieram quatro à molhada
Que nos deram outro alento

Hoje fui eu, amanhã serás tu
Quando voltar logo se vê
Filmado pelo "Urubu"
Encontro marcado no Cruzamento da Fé




Material utilizado:
Canas Shimano Beastmaster 3,30m Bx Seabass e Shimano Lesath Shore Game 3,30m
Carretos Shimano Twin Power 3000S e Shimano Twin Power 5000 FA
Multifilamentos Power Pro 0,15 verde e 0,19 vermelho directo
Terminal em fluocarbono Seaguar 0,41

Robalos:
- 2600g, 62cm
- 1600g, 46 cm
- 950g, 43 cm
- 930g, 42 cm

terça-feira, 27 de abril de 2010

Ilhéu das Rolas - dia 18 de Abril - Jigging, a desilusão!

Se no dia anterior o sol se pôs por volta das 17h, era de esperar que também nascesse bem cedo. Assim foi. Pequeno-almoço tomado em horário de dia de trabalho, ou mais cedo ainda, e preparação para a estreia no Jigging embarcado. Carretinho novo, fio novo, jiggs novos, usados e emprestados... tudo ansioso por ter uso!
Para além do imprescindível material, muita fé, muita vontade de experimentar uma pesca diferente, e a companhia do meu amigo Paulo Peixoto - que desencaminhei para as férias e para a pesca, a última com o aliciante da probabilidade de apanharmos bons exemplares. Bem que o/me enganei...
Os sorrisos da foto denotam a nossa felicidade à partida.


Esta alegria natural de quem está de férias com amigos e a fazer o que gosta manteve-se ao longo dos dias, mas a esperança de nos debatermos com um bom peixe era cada vez menor. Isto porque a cada saída de barco reforçavamos a convicção de que a escolha do spot era aleatória e só mesmo por fruto do acaso teríamos a sorte de "cair" num bom sítio. Seria impensável, mesmo para quem 2 anos antes o tinha já constatado ao vivo e a cores, que em pleno século XXI um barco de pesca não estivesse munido de sonar. Pior ainda, esta falha não se devia a falta do equipamento, mas sim à não instalação do mesmo e/ou avaria não reparada. Nestas circunstâncias sui-generis fiz a minha estreia ao Jigging. Experimentamos jigs de diferentes pesos e formatos e, sem saber se devido à profundidade ou à corrente, só com o barco muito perto da costa conseguimos sentir o jig a bater no fundo.




Passadas 2 horas de insistência colectiva e sem qualquer toque, voltamos a terra. Ficou desde logo desmarcado o concurso de Jigging. GRANDE DESILUSÃO!

De regresso ao Ilhéu e antes do almoço, mais uma sessãozinha de snorkling para desenjoar. O local escolhido - praia de Santo António - acabaria por ser rebaptizada como "a piscina do Peixoto".



Enquanto o meu amigo começava a explorar a sua piscina e antes de lhe fazer companhia, peguei no meu material de spinning durante uma horita e enganei um peixe pouco maior que a Bakuba da Westlab de 14 cm. Embora não tenha pescado tanto como gostava ao spinning, este foi o único peixe que pesquei com amostras em São Tomé!




Durante a tarde voltei a desencaminhar o meu amigo Peixoto para uma pesca ao fundo embarcada. É que na escassez de peixe, queria que o meu amigo pudesse ter o prazer de sentir umas pancadas na cana.
O meu pai tinha-me feito uns aparelhos com 3 anzóis 6/0 para os pargos, mas rapidamente me apercebi que eram totalmente desajustados aos parguitos que estavam a sair com o barco quase sempre à rola. Mudados os anzóis, acabamos por fazer o gosto à cana e o meu amigo deu-me uma lição de como se pesca peixe-coelho e não só! Para quem nunca tinha pescado, deu uma lição! Desse dia em diante, no concurso, passou a ser o meu "manager"! Eu acho que eu é que devia ser o "manager" dele depois das provas dadas!




Apesar de não ser grande adepto de pesca ao fundo embarcada e nem sequer ter levado isco, acabou por ser uma tarde bem passada. O momento alto da tarde foi mesmo a pesca dos peixes-coelho.



Estes amiguinhos têm a particularidade de roer a linha (multifilamento ou fluocarbono) com dentes semelhantes aos dos animais que lhes emprestam o nome.


Bem que os pescadores locais nos avisaram quando sairam os primeiros exemplares, para que toda a gente recolhesse a linha, mas para alguns foi tarde de mais! Foi a risota geral, pois houve quem ficasse sem muitos metros de linhas bem caras!
Foi num clima de boa disposição que regressamos ao Ilhéu já quase de noite, apesar de não termos pescado nenhum peixe memorável. É lindíssimo o pôr-do-sol no meio do oceano!

Ilhéu das Rolas - dia 17 de Abril - a chegada

Chegamos ao aeroporto de São Tomé às 06:50h (05:50h na hora local), após um voo relativamente tranquilo de cerca de 6 horas proveniente do aeroporto de Lisboa. Após os primeiros passos em terra Africana, o calor húmido característico dá-nos as boas vindas. Para alguns dos que nos acompanharam não foram propriamente muito boas, já que houve quem enjoasse nos escassos quiilómetros percorridos até ao Hotel Pestana São Tomé, onde tomamos o pequeno almoço.
Barriguinhas cheias e músculos desentorpecidos, há que entrar num “machimbombo” que nos levará ao cais de embarque em Porto Alegre. Comparativamente com a viagem feita há 2 anos, um aspecto foi melhorado e outro piorado; por um lado, o “machimbombo” está equipado com ar condicionado, mas em contrapartida os troços da estrada em terra batida mantêm-se em mau estado e os poucos em tempos alcatroados foram bem maltratados pelas últimas chuvas tropicais.




Apesar da viagem não ser muito agradável, longe disso, em pouco mais de 2 horas chegamos a Porto Alegre.


 O mar está bonito e calmo, muito azul! Embarcamos no “Yon Gato” e 20 minutos depois chegamos finalmente ao Ilhéu das Rolas!



 Somos recebidos com música tradicional e água de côco que sabe muito bem! Foram mais de 8 horas em viagens e queremos mudar de roupa, tomar um banho e aproveitar tudo o que esta pequena ilha tem para nos oferecer.
Guardadas as malas nos quartos à pressa, retiramos só o necessário para ir tomar um banho no mar. Levo as barbatanas, os óculos e o escafandro e fico até à hora limite do almoço dentro de água a observar… são muitos os peixes, de diferentes espécies e tamanhos, todos de pequenas dimensões mas imensas cores.


Almoçamos e, estafados, dormimos quase toda a tarde. Há que recarregar baterias!
Acordo e já são 18h. É quase noite. Tenho que fazer uns lançamentos, quanto mais não seja para ver se não me esqueci de nada. Pego na minha Ilicium Team de 2,70m, Shimano Twin Power 3000 e algumas passeantes e poppers e aí vou eu. Apesar de o meu “bangalow” estar a 20 metros da praia, quando chego ao areal já está quase escuridão total. Lanço uma ou duas vezes, só para justificar o ter preparado o material, e regresso de imediato pois é a hora crítica de ataque do pouco amigo “Anofeles”. Fica já tudo prontinho no quarto para os próximos lances!

Foram largos dias a imaginar como seria bom… Por hoje já valeu pelo cheiro da terra molhada, o cheiro a África! Valeu pela paz, pelos telemóveis desligados (que funcionaram uns 5 minutos para matar saudades da família), pela Natureza. Estar aqui é ser absorvido por esta vegetação pujante, sentir a alma diluída nesta água cristalina, deixar o coração bater ao ritmo dos batuques…

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Directamente da Ilha de São Tomé - Leve leve!

Passados os primeiros 5 dias de férias no Ilhéu das Rolas, e desde hoje de manhã de regresso à Ilha de São Tomé, só hoje me é possível actualizar o blogue.

De uma forma geral, as férias propriamente ditas têm sido razoáveis, mas a pesca foi uma ENORME desilusão!
O clima tropical torna qualquer dia num bom dia de praia, mesmo quando visitados pela chuva numa das manhãs. A água fresquinha caída do céu sabe muito bem, especialmente quando a temperatura da água do mar é praticamente a mesma da temperatura ambiente e cerca de 30ºC! Foi excelente para praticar snorkling e fazer uns filmes subaquáticos que postarei em breve.
Já a pesca correu desde o início mal. Logo no primeiro dia, tivemos uma saída de barco para treino de Jigging. O barco nem sequer tinha sonar e os locais escolhidos para lançar os jigs, segundo o comandante muito bons para esse fim, eram escolhidos segundo referências terrestres (é indescritível a figura do "GPS humano" de mão encostada na face a mirar as referências terrestres a longa distância e com nevoeiro!). A verdade é que tentamos, tentamos e demo-nos por muito contentes as poucas vezes que os jigs chegaram ao fundo, mas sempre sem qualquer toque. Rapidamente todos constatamos que andavamos a dar tiros no escuro, sem qualquer hipótese de "ver o fundo" já que "o espelho do sonar estava partido" segundo o comandante - convém realçar que o sonar dá imagens resultantes da interpretação do eco de ultrassons que envia, tal como a Ecografia.
Mediante estes condicionalismos, a organização do concurso decidiu cancelar esta prova, que para mim foi o principal atractivo para participar e que me fez gastar mais de 500 euros em material!
Com um tão mau começo, as coisas só poderiam melhorar... ou não! Apesar de não ter trazido isco pois não tencionava participar na pesca ao fundo, acabei por fazê-lo a partir do momento em que a hipótese de pescar um exemplar memorável ao Jigging se desvaneceu.
Com o desejo de pescar, ou de pelo menos ver sair um bom peixe, lá fui eu no barco para a pesca fundeada, com isco emprestado. Mais uma vez, a barraca! O comandante que já no dia anterior só por 5 minutos na prova de 3 horas conseguiu ter o barco parado, viu-se e desejou-se (novamente) para fundear a embarcação. Os participantes decidiram pedir para pescar com o barco perto da costa e só aí foi possível finalmente praticar pesca ao fundo sem ter o barco "à rola". Nesse spot só foram pescados exemplares de pequenas dimensões, maioritariamente peixes-porco (localmente apelidados de "asnos") e um ou outro parguito. Referir que o maior exemplar pescado tinha cerca de 1 Kg diz tudo...
Restava apenas o dia do Big Game e a desmotivação generalizava-se entre os pescadores. Apenas 6 participaram nesta vertente. Eu depositava grande fé neste dia pois há 2 anos atrás ainda vi bons exemplares de Bonitos e um bom Xaréu com uns 7 ou 10Kg. Este dia que podia ter sido a salvação do Torneio, não foi! Nem um peixinho!

A desilusão é muita! Mais do que pelo que não se pescou, por ter a convicção profunda que este mar está repleto de grandes peixes que não fomos capazes de pescar! Custa-me porque não foi por escassez de recursos naturais!

Sempre que se visita São Tomé há uma frase que fica na memória e que os Santomenses dizem vezes sem conta - "Leve, leve!". Mais do que uma frase muitas vezes repetida, é o reflexo de um modo de vida. Felizmente que esta terra santa não deixa que as pessoas passem fome, já que toda a semente que cai ao chão origina uma nova planta. Mas se este "deixa andar", este "vai devagar, devagarinho" arrasta consigo a positividade da descontracção, da calma e da paz, também está ligada ao desinteresse, à indiferença, à falta de inciativa e vontade de progresso.
Nesta minha segunda visita a este País, foi a vertente negativa deste "Leve, leve" que infelizmente sobressaiu. Custou-me voltar ao resort do Ilhéu das Rolas e ver que os passadiços em madeira que com o tempo se foram deteriorando não foram arranjados, que os Bungalows não viram qualquer melhoramento, enfim, que o tempo só se fez notar pelo lado negativo.
Voltando às embarcações, parece-me inacreditável que as âncoras feitas pelos participantes no concurso de pesca de há 2 anos se mantenham as mesmas (sim, porque na altura nem âncora existia para fundear as embarcações de pesca!) e com o natural desgaste resultante do uso. Custa constatar que os sonares oferecidos na altura não tenham sido instalados nos barcos e os que foram não funcionem. É indescritível ver a indiferença perante este cenário...

Para finalizar este post, dizer que a pesca da costa com amostras poderia ter sido melhor... mas também não foi! Pesquei um único exemplar, pouco maior que a sardinha Bakuba da WestLab. Registarei com foto esse momento em posts futuros mais detalhados.

Resta-me aproveitar o clima e a parte positiva do "Leve leve" nos dias que aqui me restam em São Tomé para tranquilamente explorar melhor a cidade.

As saudades da Família e Amigos já são demais! E de umas investidas de bons robalos nas amostras também! É nestas alturas que valorizamos ainda mais o que temos!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

"Quem vai ao mar avia-se em terra"

Antes de partir para o Ilhéu das Rolas não poderia ser indiferente a este provérbio!
Por isso, fiz os possíveis por me preparar e "apetrechar" correctamente.

Para além da vacinação obrigatória da Febre Amarela e da quimioprofilaxia da Malária, do indispensável repelente de insectos (em spray, em pulseira e/ou etiquetas auto-colantes), vou munido de muitos artificiais que espero que abranjam os diferentes cenários onde vou pescar.



Se para o Big Game o material é emprestado aos pescadores no local, no que ao Jigging Vertical diz respeito tive de comprar cana - Hiro Virago Jig de 2,10m e acção 150-250g, carreto - Stella 6000 FA com multifilamento Power Pro 0,32 e os indispensáveis jigs.








Para o Spinning costeiro (apeado) levo o meu material habitual, com a peculiaridade de que, pela primeira vez em água salgada, irei pescar com Poppers.

Para além de tudo isto, ainda levo uns vinis, umas "gaias" e as enguias da Storm - Swin N Eel.

Haja peixe e jeito para o pescar, que material não falta! Espero eu...

terça-feira, 13 de abril de 2010

Próximo destino: Ilhéu das Rolas (S. Tomé e Príncipe)

O mais pequeno País de expressão Portuguesa - São Tomé e Príncipe - é composto por duas ilhas vulcânicas: a Ilha de São Tomé a sul e Ilha do Príncipe a norte; e por alguns ilhéus.

A Ilha de São Tomé, cuja capital é a cidade de São Tomé, tem uma população estimada em 133.600 habitantes numa área de 859 km².
A Ilha de Príncipe, cuja capital é Santo António, é a ilha menor, com uma área de 142 km² e uma população estimada em 5.400 habitantes.
O Ilhéu das Rolas fica a poucos metros a sul da ilha de São Tomé, e apresenta a particularidade de ser atravessado pela linha do Equador.

(da primeira vez que estive no Ilhéu das Rolas)

São Tomé e Príncipe fica localizado no Golfo da Guiné, não tendo fronteiras terrestres. Situa-se relativamente próximo das costas do Gabão, Guiné Equatorial, Camarões e Nigéria.
As ilhas de São Tomé e Príncipe estiveram desabitadas até 1470, quando os navegadores portugueses João de Santarém e Pedro Escobar as descobriram. Foi então, uma colónia de Portugal desde o século XV até à sua independência em 1975. É um dos membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
São Tomé e Príncipe é um país com uma multiplicidade de microclimas, definidos, principalmente, em função da pluviosidade, da temperatura e da localização. Tem um clima do tipo equatorial, quente e húmido, com temperaturas médias anuais que variam entre os 22 °C e os 30 °C. A temperatura varia em função da altitude.

É a segunda vez que visito o Ilhéu das Rolas. Da primeira vez, há pouco mais de 2 anos, pesquei embarcado - Big Game e fundo. Desta vez, vou estrear-me no Jigging vertical e aproveito para levar o meu habitual material de Spinning para explorar a costa do Ilhéu (apeado).

No dia 16 deste mês (sexta-feira) parto para o paraíso!